O curso

 O CURSO

O curso é gratuito e terá a duração de 5 meses de forma presencial QUANDO: Sábados, das 15 às 18 hrs (Escola Estadual Antônio de Ré, guarulhos, SP) O curso é dividido em 5 módulos, lembrando que temos um foco maior para o gênero de documentário, mas também exploraremos outros gêneros. Teremos como resultado a produção de 5 curtas metragens a serem exibidos na “Mostra Filme de Bairro”:

MÓDULO 1: Contando a nossa história (4 AULAS) Professora Janaina de Oliveira Reis
Vamos debater a ideia de um cinema de bairro e dos coletivos que vêm produzindo nas suas comunidades, por exemplo, nos filmes de Adirley Queiroz, que trabalham a memória de Ceilândia, em Brasília, e os filmes de Lincoln Péricles, que discutem a imagem do bairro de Capão Redondo, em São Paulo. Aqui também adentramos os conceitos da própria ciência história, que passa a ter uma pesquisa mais voltada para a micro-história, por exemplo, de um município ou de um bairro. Identificamos a presença dos chamados anônimos, que trazem estórias importantes. No cinema brasileiro, estamos diante de uma mudança de olhar, quando o periférico não apenas está na tela como personagem, mas atrás da câmera fazendo, como afirma o cineasta Daniel Fagundes, uma videografia do oprimido, trazendo narrativas e perspectivas da sua vivência e subjetividade. Durante essas aulas, os alunos vão desenvolver e debater os temas dos documentários que farão. Qual história querem contar? MÓDULO 2: o que é documentário (4 AULAS) Professor Renato Queiroz Alves Aqui adentramos as técnicas de documentário, tendo como base os filmes de coletivos e os livros de Bill Nichols, “Introdução ao documentário”, e de Sérgio Puccini, “Roteiro de documentário”. Entender primeiramente que o documentário não é o real em si, mas uma representação com escolha de recortes, dilemas éticos, que serão manejados com recursos audiovisuais. O primeiro desses recursos é o roteiro/argumento, que envolve uma reflexão sobre o tema, a perspectiva de um enredo dramático, a pesquisa de materiais como fotos, músicas, filmes, livros e o planejamento de produção, quais as locações e pessoas escolhidas. Pensamos em quais os tipos de documentário possíveis. Segundo Bill Nichols, temos o poético, o expositivo, o reflexivo, o participativo, o observativo e o de performance. Com qual deles o filme vai dialogar?
Nessas aulas os alunos desenvolverão o roteiro e o projeto de produção, bem como a proposta de planos e som. MÓDULO 3: a produção do documentário (4 AULAS) Professor José Marcos Campos É o momento de gravar? Quais perguntas serão desenvolvidas para a entrevista? Como aplicar os planos, a luz, o som, as cores planejados? Como fazer a produção com poucos recursos, usando, por exemplo, câmeras simples e os recursos tecnológicos que estão ao alcance das pessoas? As discussões ocorrerão paralelamente ao processo de gravação. Aqui os alunos descobrirão um ponto essencial, o imprevisível do documentário, de como o planejamento feito anteriormente, em todas as áreas, em vários momentos escapam e se rendem a novos caminhos. Discute-se as escolas de documentário, o cinema direto, o documentário verdade, e percorremos a obra de Eduardo Coutinho e sua descoberta da palavra. O documentário “Videolência”, do coletivo NCA, nos traz uma reflexão: sim, pensar um cinema de bairro é pensar em um tema, é produzir imagens desse tema, mas que tipo de imagens? Qual a forma dessa produção? Qual o imaginário? Não se trata de impor um conjunto de regras, mas de gerar uma reflexão nos estudantes sobre as obras que estão construindo. MÓDULO 4: A edição (4 AULAS) Professor Daniel Neves de Andrade O imprevisto do documentário fica ainda mais latente na edição. Os estudantes vão editar o que gravaram. É o momento de minutar todo o material coletado, repensar o roteiro inicial, possibilidades de narrativa, os gêneros e recursos do documentário. Nesse processo, temos acesso aos programas de edição baratos e acessíveis. Quais são os passos para aprender os processos operacionais desses programas, armazenamento, importação, corte, cor, som, formato. Vamos adentrar nas principais escolas de edição, sobretudo do cinema russo, o documentário de Vertov e as obras épicas de Eisenstein. Conhecemos também o ritmo da edição através de filmes de coletivos. Nessas aulas, entendemos o papel fundamental da edição, as rupturas narrativas, de como a escolha dos cortes nos dá diferentes caminhos. MÓDULO 5: Exibição e distribuição (4 AULAS) Professora Elizabeth Regina O Produzir não foi uma tarefa fácil, mas e a difusão? Os alunos terão aulas sobre os desafios do processo de difusão do cinema independente, pensar no público, nos meios históricos do cinema, nas questões do cinema americano, da indústria, dos novos formatos advindos da internet, nas experiências de exibições populares dos coletivos. Entenderão como produzir um material de divulgação de forma independente, como frames, fotos, vídeos falando sobre o filme e a confecção de capas e artes através de programas baratos e online em celulares. ÚLTIMA ETAPA: EXIBIÇÃO Filmes prontos, no mês 7 iniciamos a “Mostra Filme de Bairro”, com exibição dos filmes, realizada no Teatro Padre Bento, seguida de debate no dia com os realizadores, os filmes ficarão disponíveis posteriormente no Canal da Companhia Bueiro Aberto. Faremos postagens de divulgação da Mostra e anúncios nas redes.